O POVO QUER RESPOSTAS CLARAS, E NÃO EMBROMAÇÃO

Mais uma criança faleceu em Pimenta Bueno, no último sábado (19), com suspeita de meningite. No último dia 26 de maio, como todos sabem, faleceu minha filha Izabela Amábille. O menino que faleceu no sábado, segundo pude constatar nessas poucas horas em que retornei à cidade, estudava na mesma sala de aula da minha filha na Escola Municipal de Ensino Fundamental Crivelli.

Eu estava na BR 364 dentro de um ônibus da Eucatur viajando de Londrina – PR, para Pimenta Bueno - RO, quando na terça-feira (22), aconteceu uma reunião com pais de alunos, professores, profissionais da saúde e Imprensa na referida escola.

Segundo o que pude ouvir, em uníssono, diga-se de passagem, foi que o Secretário Municipal de Saúde, Elisiário Benevenutti, tentou, sem sucesso – e às vias de ser acochado pelos presentes, embromar o povo com palavrórios em um misto de técnico de saúde com coisa nenhuma.

Revoltados, o que a população e pais de alunos querem saber, é: 1° - O que está acontecendo? e, 2° - Que providências está tomando, efetivamente, a Secretaria Municipal de Saúde, mediante essas mortes?

Respostas claras e simples a estas duas perguntas vão confortar muita gente, pois ninguém quer saber o nome científico do vírus da meningite, ou se ele tem resistência para ficar encubado dentro de uma parede por décadas, já que antes de ser escola o prédio serviu de hospital.

Desde o falecimento de minha filha, homenageada recentemente com um Abrigo Transitório Municipal para Crianças Carentes que recebeu o seu nome, reuniões e mais reuniões têm sido feitas, mas não se tem notícia de alguma ação efetiva quanto aos fatos, ou, sequer, notícias ao menos, de remédios ou gente qualificada para fazer um estudo e um minucioso levantamento do que vem acontecendo no município, para que os pais se tranqüilizem.

Enquanto tudo isto ocorre diante de um quadro de administradores de saúde visivelmente mais preocupados com gráficos coloridos, folhas de papel, números, estatísticas e com quantas mortes devem ocorrer para que o Ministério da Saúde entenda o que essas tragédias representam para as famílias envolvidas, os pais não querem deixar os filhos irem para escola, que permanece sem aulas ou expectativas.

Enquanto o poder público em Pimenta Bueno não entender que “uma vida vale mais que o mundo todo”, ou enquanto os filhos e filhas dos líderes políticos locais não começarem a morrer acometidos do mesmo mal, tudo vai continuar assim: do mesmo jeito.

Algumas pessoas, do povo, falaram na reunião. Mas leigos, como são em sua grande maioria, nada disseram. Muitos queriam falar, mas preferiram acovardar-se debaixo do silêncio. Enquanto a população não entender que “o poder emana do povo”, tudo vai continuar assim: do mesmo jeito.