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quinta-feira, 24 de abril de 2008

Encontrei o Professor Doca Brandão

Rapaz, não é que vasculhando o site do meu colega Paulo Andreoli, o RONDONIAOVIVO.com.br, encontrei o link de uma figura que ainda não conheça, mas um dia terei que conhecer. Trata-se do link "Momento Lítero Cultural nº 93 - Por Celmo Vasconcellos". Neste link a gente lê de tudo um pouco sobre o que mais importante rola na literatura de Rondônia. E não é que lá encontrei o Professor de História e Poeta, Doca Brandão.

Hoje residindo na capital Porto Velho, Doca Brandão foi meu Professor de História na Escola Marechal Cordeiro de Farias, em Pimenta Bueno. E que Versos do Professor estão postados lá. A parte referente a Doca Brandão segue abaixo, mas o link pode ser acessado por minha meia dúzia de leitores (se são tantos), pois ali encontram-se outras obras primas de nossa Literatura. Muito bom!!! Justamente na semana em que comemoro, sozinho, os dez anos da publicação de meu primeiro livro de Poemas (Espelho).

DOCA BRANDÃO

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Josemar Francisco Brandao ( Doca Brandão), natural de Pernambuco – Recifense

Professor de História (UFPE), Pós-Graduado em História Regional, iniciou-se na literatura através do poeta ZIZO, junto com o qual fundam o Movimento de Poesia Marginal “Palco Aberto”, em l978. Essa proposta dava importância aos Hai- Kais, poemas curtos mas de alvo certeiro, revelando as mazelas sociais do Brasil, como neste Hai-Kai A Lavadeira :

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A Lavadeira

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Lava,
Enxágua,
Engoma,
Passa e dobra,
E quanto mais lava,
Mais embranquece a sua obra!

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Tendo trabalhado em diversos Cursos Preparatórios para Vestibulares e também Cursos para As Escolas Militares, Doca Brandão como é conhecido, vem para Rondônia em 1998, tornando-se funcionário público. Desde cedo mostrou jeito para a Literatura de Cordel, realizando, aqui,. Cordéis de cunho Temático, como : A Lenda do Mapinguari, A Lenda do Boto, Rondon, O Grande Pacificador, O Tratado de Petrópolis, A Cidade Perdida de Paititi, Tereza de Benguela- A Rainha do Quariterê, História Regional para Concursos e Vestibulares, A Lei 10.639-A Educação nas Relações Étnico-Raciais, A Expedição Dequech-As Minas de Urucumacuan,O Forte Príncipe da Beira, Os Deputados Vergonhosos, História do Brasil para Vestibulares e Concursos, Porto Saudosa Porto e O Que Rondônia Tem Para O Turista Visitar.

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SEMPRE FAZER

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Fazer do riso,
Um todo amargo,
Fazer do largo
O mais estreito,
Fazer do sono
Um lindo sonho
E um medonho pesadelo...

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Fazer do medo
A coragem
Fazer da morte
Eterna vida
Fazer do amor
Mais breve ainda
Do que nunca foi tão cedo...

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Exílio da Canção da Volta ou( Que Tristeza Meu Deus )

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Minha terra tinha uma madeira
Que se chamava pau-brasil
E quando os portugueses nos invadiram
Essa madeira sumiu...
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Mas nossa biodiversidade
É pirateada aos horrores...

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Em cismar sozinho á noite
Eu fico sempre a chorar
Pois não vejo tanto as palmeiras
Nem escuto o sabiá cantar

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Minha terra tem primores,
Que não tem outro lugar,
Tem chapadas e tem serras,
Tuiuiú e lobo-guará,
Tem prais e rios bonitos
Onde eu posso me banhar...

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Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu veja acontecer,
As multinacionais expulsas
E o meu Brasil acordar,
Os políticos sendo honestos,
E o povo bem mais esperto,
Cantar como o sabiá!!

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Mortalha de Uma Alma Esfarrapada

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Eu faço parte
Da máscara de mim mesmo,
E quando bebo,
Me embriago na ressaca bêbada,
Escondida no meu porre surreal...

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A vestimenta que me cobre,
É tecida num vermelho impune,
Numa mortalha ensangüentada de ciúme,
Escarrada na carniça da mentira
E vomitada na tijela da ilusão..

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E quando sonho,
Volta em mim o pesadelo
Do meu corpo adormecido,
Dormido no berço do ofício,
Despertado na noite matinal
E acarinhado pelo vento vespertor...

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E no meu sono,
Vejo seres derradeiros
Que pulam dos lençóis emaranhados,
Molhados de suores romanescos
Descobertos dos poemas sensuais...

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Buscando

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Versificar a dor
Que brota na sala
E num canto se cala
Por tanto prazer

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É saber sapiência
De engolir sorrisos
É saber certeza
De tão só cantar...

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É sentir que o tempo,
Rima a qualquer hora,
É saber demora
De metrificar.

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FRENESI

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O fato,
o foco,
a figura,
o furto fácil
a fagulha...

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a face,
a farsa,
a frase feita,
da força funesta...

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o feto,
o fruto,
forçado, vira foice,
onde no fim do fosso,
gera faíscas...

Um comentário:

PAULO MARCIO GODINHO BORGES disse...

Finalmente, hoje, 02 de maio de 2019, encontro notícias de meu admirável amigo Doca Brandão, por quem procurei todos esses anos. Lembro quando ele me apresentou ao poeta Zizo no terminal do bairro de Torrões, idos dos anos 80. Meu nome, Márcio Borges de Recife, poeta de acidente. Gostaria de mais notícias. Se o mesmo (Doca) encontra-se em redes sociais, gostaria de obter endereços. Meu endereço no face paulo marcio godinho borges, e-mail: paulomarcioborges@outlook.com.