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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Visão atualizada do quadro de disputas pelo governo de Rondônia

ASCENSÃO E QUEDA
Quando transitava livremente pelos quatro cantos do estado de Rondônia, ao lado do então inoxidável governador, Ivo Cassol, Expedito Júnior (PSDB), atualmente disputando a vaga do palácio Getúlio Vargas, experimentou um dos raros momentos de ascensão que teve em sua trajetória política. Entretanto, depois que viu as letras do seu nome se distorcerem no meio dos respingos inevitavelmente enlameadores da “ficha suja”, está vendo agora sua campanha declinar, mesmo que lentamente. Sua queda é quase que improvável, mas o nome enlameado para disputar o governo de Rondônia é uma dura realidade.

MAS POR QUE?
É até aceitável que no começo Expedito estava com boas intenções de votos. Por quase 6 meses foi o único candidato do governo do estado. Mas depois do rompimento com o grupo de Cassol, perdeu vários partidos de peso como o DEM e o PSB nas convenções, ficando ao seu lado alguns partidos comandados por ‘caciques’, onde praticamente não há ‘índios’ (militantes). Outro aspecto que desenha este declínio é ter sido eleito pelo seu ex-aliado, Ivo Cassol, como alvo principal da sua artilharia (e que artilharia).

ESTAGNAÇÃO
Abraçado calorosamente pelos grandes nomes do PMDB de Rondônia, Confúcio Moura iniciou uma campanha eleitoral para governador alicerçada no letrado discurso sobre a boa administração que exerceu em Ariquemes como prefeito. A euforia dos primeiros momentos parece dar, atualmente, certo ar de apatia quando se leva em consideração a estagnação em que se encontra sua campanha pelo estado, sobretudo pelo fato de ter sido deputado federal por 12 anos, e ter direcionado suas emendas parlamentares apenas para municípios onde exercia alguma influência política, o que não foi o caso de Pimenta Bueno e tantos outros municípios rondonianos.

POR QUE?
Um dos aspectos que estagnou a campanha de Confúcio Moura foi o grupo pesado do PMDB rondoniense, que agrega muitos resquícios dos 4 anos do governo Raupp, que não trazem boas recordações aos eleitores como a falência do Beron e os constantes atrasos de pagamentos dos salários dos servidores públicos. Outro fato é que, além de aliar-se aos Democratas, partido que tem como maior liderança o ex-governador José de Abreu Bianco, responsável pela demissão de mais de 10 mil pais de famílias no ano de 2.000, de onde se ouvem relatos dando conta de que mais de 100 pessoas teriam morrido com problemas decorridos das demissões, trouxe para o seu palanque o grupo político da família Gurgacz, que na pré-campanha, de acordo com alguns institutos de pesquisas eleitorais, era a que apresentava maior índice de rejeição dentre todos os candidatos a governo.

VICE DISPUTANDO MAJORITÁRIA
João Cahula, também disputando a vaga majoritária rondoniense, foi chefe de gabinete de Cassol na prefeitura de Rolim de Moura, e vice do mesmo Cassol no governo do estado. Assumiu o governo recentemente através do afastamento do grande chefe, que foi concorrer ao Senado. Levando em consideração o desgaste sofrido por Expedito Júnior, que está sendo empurrado para um eminente declínio de campanha, e diante da estagnação em que parece ter estacionado a campanha de Confúcio Moura, João Cahula pode respirar um pouco aliviado por ter nas mãos a “máquina governamental”, e conseqüentemente a sua estrutura logística, que sob muitos aspectos lhe é extremamente favorável. Todavia, amarga o convívio quase que diário e o relacionamento com nomes “ficha suja” que compõem a sua nominata.

LARGADA E CHEGADA
A “turma do PT” é famosa em todo país por começar uma campanha eleitoral de modo simpático, e terminá-la de modo avassalador. Tanto é que Lula, o Presidente do Brasil, demorou para se eleger, mas quando o fez, se reelegeu facilmente; e se pudesse concorrer terceira vez consecutiva, se reelegeria com a mesma facilidade. A mesma estratégia pode estar sendo aplicada na campanha do PT de Rondônia, encabeçada por Eduardo Valverde, que coligou com o PSB, de Cleiton Roque, para disputar o governo do estado. A campanha que iniciou tímida começa a se encorpar e tomar proporção por onde passa. Pode-se afirmar que a campanha da coligação “Rondônia Melhor para Todos” é a que mais cresceu até agora.

PARA O ALTO E AVANTE!
Talvez o segredo do crescimento da campanha do PT e do PSB em Rondônia se deva ao fato dos candidatos serem todos “ficha limpa”. Eduardo Valverde, por exemplo, com apenas 8 anos de mandato como deputado federal, além de ter direcionado emendas parlamentares para grande parte dos municípios de Rondônia, nunca permitiu o envolvimento de seu nome com as bandalheiras submetidas aos rigores da lei do “ficha limpa”. Esta realidade tem animado muitos eleitores, que recebem a “Caravana Ficha Limpa” com muito otimismo por onde passa. Os candidatos do PT e do PSB de Rondônia, neste momento, estão fazendo campanha porque não precisam perder tempo limpando sua ficha com a justiça eleitoral.

EQUILÍBRIO
O PT é um partido famoso por, também, ser um grande estrategista, a começar pela aglutinação de uma militância invejada por todos os adversários que até podem conseguir milhares de votos, mas dificilmente contam com uma equipe totalmente desprendida e fiel aos seus ideais. Uma estratégia que parece estar dando certo na campanha em Rondônia parece ter sido o fato de escolher o único candidato a governador da capital Porto Velho, na região Norte, que é o maior colégio eleitoral do estado, e um vice de Pimenta Bueno, interior, região Sul. O primeiro é o católico mais experiente; o segundo o evangélico jovem e determinado. O primeiro possui vasto conhecimento administrativo; o segundo, formado e pós-graduado, com vasto conhecimento das adversidades sofridas pela população do interior. O primeiro é uma referência ilibada de “ficha limpa”; o segundo, também...

PESO NA INDICAÇÃO
Outro grande diferencial que respalda a candidatura de Eduardo Valverde é o fato de ter recebido um pedido da candidata do PT a presidente do Brasil, Dilma Roussef, para encarar essa empreitada, tendo ainda o apoio do atual presidente, Luis Inácio Lula da Silva. Eduardo Valverde que tinha uma reeleição fácil, sob vários aspectos, para deputado federal, preferiu atender ao chamado de seus superiores, até porque acredita que desta forma terá mais acesso aos recursos federais para trabalhar o desenvolvimento interno com maior folga, sobretudo nas áreas da educação, saúde, industrialização e produção rural.

O quadro ainda não está definido, mas por enquanto isto é o que posso ver. Todavia esta coluna não é apenas minha, de forma que estou aberto às novas idéias e discussões. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail pburgente@hotmail.com.

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