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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Entrevista ao jornal Folha Pimentense

Convidado pelo Folha Pimentense concedi uma Entrevista ao jornal como escritor. Aqui trago a Entrevista que “teima” em aparecer no Folha Pimentenses como “Dado Martins”. Mas eu reforço: a era “Dado Martins” já passou. Agora é simplesmente meu nome de batismo: “Arnaldo Martins”.

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Esta semana a Reportagem da Folha Pimentense entrevistou o Poeta, Escritor e Jornalista, Arnaldo B. T. Martins, também proprietário do site pburgente.com.br ao lado de sua esposa Rafaela Del Negri, recém ingressada na área das letras, Assessorando o departamento de Imprensa da Câmara de Vereadores de Pimenta Bueno.

Há mais de 33 anos vindo ainda criança do Estado do Paraná com os pais, Arnaldo Martins é um dos grandes conhecedores dos quatro cantos do município, desde quando municípios como Primavera de Rondônia, São Felipe e Parecis ainda pertenciam ao mesmo mapa. “Eram tempos diferentes de hoje e carregados de muito mais sofrimento, mas em certos momentos parece que eram tempos melhores, principalmente sob o aspecto econômico da população”, diz o Jornalista.

Arnaldo Martins já venceu Concurso Literário em nível nacional, já conquistou segundo lugar, publicou livros de poesia em Pimenta Bueno, trabalhou em todos os jornais locais e recentemente conseguiu aprovar um Poema de Cordel para impressão na Editora Luzeiro, em São Paulo.

Folha: Arnaldo Martins, como começou sua vida pelas letras?
Arnaldo Martins: Começou na minha adolescência quando eu repeti a 6ª série no ano de 1986, e estudava na escola Raimundo Euclides Barbosa. Repeti de ano porque cabulava aula. Reprovei por falta (risos). Meu pai que era dono de um restaurante em frente a rodoviária, o Oeste Restaurante, ficou muito bravo e me levou para um sítio a quase 120 quilômetros de Pimenta Bueno, dizendo que eu ia ficar de castigo lá para aprender a gostar de estudar. Naquele ano a Economia Brasileira deu uma reviravolta e meu pai praticamente perdeu tudo o que tinha, restando apenas o sítio. No final a nossa família inteira foi “ficar de castigo” no sítio. Com a mudança foi a Biblioteca do meu pai, onde descobri um livro que reunia todos os poemas de Castro Alves. Me apaixonei. Foi amor à primeira vista, e durante os dois anos que fiquei de castigo no mato por cabular aula, decidi que um dia ia viver das minhas escritas.

Folha: E nessa condição tão difícil, como foi que você começou a escrever?
Arnaldo Martins: Sem energia elétrica, água encanada, televisão ou qualquer outro artifício que amenizasse o tédio, o jeito era ler e escrever. Eu queria escrever poemas como os de Castro Alves, mas não sabia. Então, minha mãe, dona Cida, me incentivou e me ajudou a escrever o meu primeiro poema que se chamou “As Tardi di Céu Azulado”, e se escreve assim mesmo (risos).

Folha: E daí pra frente, como foi?
Arnaldo Martins: Em 89 retornávamos para Pimenta Bueno. Em 1990 minha mãe foi para Nova Londrina, no Paraná, levando eu, meu irmão Alexandre e minha irmã Analu. Em Nova Londrina fui trabalhar de garçom nas lanchonetes, então com 18 anos de idade, e escrever poemas em papéis de mesa para encantar as damas da noite.

Folha: Então você foi um seresteiro?
Arnaldo Martins: Acho que sim, mas não na íntegra do que essa palavra representa. Os grandes seresteiros eram ricos, e eu precisava trabalhar para sobreviver. Mas esse tempo foi muito bom para exercitar a escrita, já que eu não estudava mais. Entretanto, não deixava os livros e não largava a caneta. Passava noites em claro. Dormia pouco. Fumava muito e escrevia demasiadamente. Isso realmente não foi bom para minha saúde.

Folha: E você voltou quando para Pimenta Bueno?
Arnaldo Martins: Não fiquei muito em Nova Londrina. Em 92 eu já estava de volta. Depois desse tempo até 1998 trabalhei demais. Ia e voltava do Paraná com freqüência. Nesse tempo começaram a nascer os filhos. A vida estava uma loucura e os poemas quase esquecidos, até que decidi publicar um livro de poemas.

Folha: E como aconteceu isso?
Arnaldo Martins: Eu passava em frente a uma gráfica da cidade quando resolvi, assim do nada, entrar e fazer um orçamento. Vi que se corresse atrás conseguiria o dinheiro. Nessa época eu era pedreiro e o dinheiro que ganhava não daria para publicar um livro. Foi quando falei com a prefeita da cidade, que tinha sido minha professora na escola, Inês Zanol, e ela ficou de dar uma força. Dentro de poucos meses eu estava com o livro nas mãos. Nem acreditei. O material que eu mandei para a gráfica eu mesmo fiz em casa, na máquina de escrever, porque eu nem sonhava em ligar um computador.

Folha: E como se chamou esse livro?
Arnaldo Martins: Esse foi o livro Espelho, publicado em Abril de 98 com 68 páginas. Tive problemas com o livro porque não ficou bem impresso. A gráfica, naquela época, não tinha experiência com impressão de livros, e comprometeu toda a tiragem. Depois disso passei a publicar livretos de 16 páginas que eram impressos pelas gráficas da cidade.

Folha: E o Concurso Nacional de Literatura, como foi?
Arnaldo Martins: no ano de 2004 participei do Concurso Nacional de Literatura Brasileira da Litteris Editora, Rio de Janeiro, a conquistei um Primeiro Lugar com o Poemas “De Manhã e à Tarde”. Isso foi bom para o currículo de Poeta, mas só, além de ter sido o ponto de partida para uma Moção de Aplausos da Câmara de Vereadores de Pimenta Bueno, indicada pelo então vereador Cabo Silva.

Folha: Você deu um tempo nos livros? Afinal, há alguns anos que não se fala no “Poeta Pimentense”...
Arnaldo Martins: Depois de 2004 eu parei. Não queria mais fazer livretos nas gráficas de Pimenta Bueno. Foram nove de 1998 a 2004. Queria publicar um livro de verdade; por uma Editora. Em Outubro do ano passado, 2009, mandei o Poema “A Peleja dos Pastores de Várias Igrejas Contra o Diabo” para a Editora Luzeiro, em São Paulo, e o Poema foi aprovado para publicação. Agora estou aguardando a impressão do livro, que deverá ocorrer até o mês que vem... espero (risos).

Folha: Fale um pouco desta obra:
Arnaldo Martins: É uma Literatura de Cordel, um Poema com características nordestinas. Me especializei na escrita desse tipo de verso. O poema tem 150 estrofes de seis linhas cada uma, e foi escrito no prazo de cinco horas, embora ninguém acredite neste fato. O livro terá 32 páginas com apenas este poema. É bem grande.

Folha: Alem da Poesia, o que mais você escreve?
Arnaldo Martins: Na área literária escrevo algumas crônicas, alguns contos e gosto muito de história e pesquisa. Tenho trabalhado um pouco nisto, mas não pensando em publicação. Depois tem a área jornalística que comecei a desenvolver no ano de 2000, pelo extinto jornal Gazeta Rondoniense. De lá para cá venho escrevendo muito, especialmente nos últimos três anos depois que coloquei o primeiro jornal eletrônico de Pimenta Bueno no ar, o PBURGENTE. Desde que o site entrou na Rede Mundial de Informações, escrevo diariamente e vivo disso.

Folha: Então você realizou o sonho de viver de suas escritas?
Arnaldo Martins: Ainda não porque quando coloquei dentro de mim este objetivo, eu me referia às escritas literárias. Naquela época do sítio não conhecia o jornalismo que chegou em minha vida pelas vias necessárias do trabalho. Mas acredito que, mais do que nunca, estou perto do tempo em que, inacreditavelmente, deva ganhar alguma coisa com Poesia.

Folha: Você realmente acredita que pode ganhar dinheiro com Poesia no Brasil?
Arnaldo Martins: Com todas as minhas forças. Minha sorte é que não preciso provar isto para ninguém, até mesmo no sentido de não despertar a cobiça e a inveja dos poetas concorrentes. Até porque é uma área, além de artística, perfeitamente comercial e, no meu caso, sem a menor concorrência. Logo, com as bênçãos de Deus, uma boa dose de rimas, disposição para o trabalho e inteligência, não será difícil ganhar uns trocados com poesia (risos).

Folha: Suas conclusões, por favor:
Arnaldo Martins: Se eu tivesse as respostas para todas as minhas perguntas, eu não seria um sonhador e, tampouco, um poeta. Logo, nem vivo em busca de respostas, porque pode ser que as encontre e a vida perca o sentido. Entaum eu sonho, um dia após o outro, e enquanto muitos dizem que não passo de um sonhador, acordado vou caminhando a passos lentos, sem pressa de chegar, levando nas mãos as conquistas do caminho, construindo alto castelo com pedras que me atiram sem parar.

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