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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Se a recomendação do Promotor for levada a sério, muitas cabeças poderão rolar na Saúde pimentense

Arnaldo B. T. Martins

Segundo o Prefeito Augusto Plaça disse na reunião extraordinária do último dia 5 do Conselho Municipal de Saúde – CMS, o mal da saúde pimentense, dentre outras coisas, é a folha de pagamento. Segundo o Secretário Municipal de Saúde, Eliziário Benevenutti, para uma receita de R$ 600 mil reais mensais, a saúde gasta R$ 520 mil com pagamento de pessoal.

Mas o pior de tudo, conforme recomendou o Dr. Marcos Ranulfo em Ofício do Ministério Público encaminhado ao Prefeito Augusto Plaça na mesma reunião do CMS, funcionários públicos de outras áreas que não a da saúde, contribuem ainda mais para o agravamento do quadro municipal. “Pessoas que não são afetas do quadro da saúde”, disse o Promotor.

E isto deve ser verdade mesmo, pois não é possível que um funcionário público desses veja um paciente passando mal, com dor de cabeça, tomando chuva em cima de uma cadeira de rodas próximo a uma janela sem vidro, gemendo de dor, e não desempenhe de forma profissional o seu Ofício. Muita gente em Pimenta Bueno começa a concordar com as palavras do Ofício assinado pelo Dr. Marcos Ranulfo. “Pessoas que não são afetas do quadro da saúde” jamais vão se afeiçoar à triste condição de quem chega ao Hospital Municipal Ana Neta passando mal.

Sempre depois de uma eleição o quadro municipal é mexido, fuçado, bagunçado na íntegra da palavra; gente que há anos trabalhou em determinado setor adquirindo vasto conhecimento a respeito do trabalho que desenvolve, é remanejado de repente para outro setor que não condiz com a realidade da sua profissão. E isto resulta em gente da educação assinando ponto em outras localidades; gente da saúde na mesma situação e gente de lugar nenhum dentro da saúde.

O Secretário Municipal de Saúde, Eliziário Benevenutti, por exemplo, não pode ser um mal secretário porque pertence ao quadro da saúde e tem indícios de ser um bom administrador. Mas ‘tocar’ a saúde não depende apenas dele, mesmo que em Pimenta Bueno a Secretaria de Saúde seja quase uma autarquia, onde várias outras pessoas exercem importantes funções que podem liberar ou emperrar muita coisa, dependendo da situação e do interesse.

O Presidente do Conselho Municipal de Saúde, Edson Raimundo, outro exemplo, não pode ser um mal conselheiro porque além de atuar praticamente a vida toda na saúde, tem qualificações e especializações na área que o respaldam a ocupar a posição que no momento sustenta.

A ex-diretora do Hospital Municipal Ana Neta, Cláudia Ximenes, mais um exemplo, não deve ser de tudo uma má diretora, porque também atua na saúde e tem seus diplomas, cursos e qualificações, tudo nesta área.

Mas aqui foram apenas três exemplos. A realidade é que um turbilhão de gente, geralmente cargos comissionados, está atuando na saúde sem a mínima noção do seu papel. Não é um caso generalizado, mas os casos de comissionados que merecem continuar trabalhando na saúde são poucos.

O próprio Dr. Marcos Ranulfo, quando fui procurá-lo para pedir ajuda quanto ao falecimento da minha filha Izabela Amábile, no sentido de me orientar judicialmente, me disse que o seu conhecimento na área da saúde não era muito, mas que estava se aprofundando na legislação da área para ser mais participativo nas discussões e ações desenvolvidas na cidade, especialmente no Hospital Municipal Ana Neta.

Logo, essa ‘turma’ que entende de saúde, porque atua na área e conhece de perto os problemas da saúde ao longo da história do município, deve se mobilizar no sentido de encontrar as falhas, apontá-las de forma clara e indicar propostas que possam, dentro da lei, efetivamente ser levada a cabo para que a saúde verdadeiramente melhore, pois quando um paciente chega ao hospital para ser atendido, já chega na condição de doente e por isto mesmo precisa de atenção, de cuidados especiais, de palavras apaziguadoras e compreensíveis, e por mais que a situação do hospital e da saúde esteja crítica, isto tem que ser informado ao paciente de forma profissional e compromissada com o bem estar do cidadão, e não simplesmente “isto é uma virose”, ou “vai comprar o Raio X na farmácia da esquina, porque não temos”.

O funcionário público é um “FUNCIONÁRIO DO PÚBLICO”; é um servente por mais que seja doutor pós-graduado e tudo mais; é um SERVIDOR DO POVO; recebe seu salário, bem ou mal, em dia ou atrasado, para TRABALHAR PARA O POVO. Não tenho conhecimento de um funcionário da Cairu, por exemplo, que chega no serviço e diz para o empresário Euflário “não vou te atender agora porque estou na minha hora de folga”. Nesta empresa, que é uma referência de organização em toda região, todos são solícitos, mesmo na hora da folga ou do almoço. Assim o funcionário do público tem que atender bem o seu patrão: O POVO.

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