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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Artistas da Cerâmica de Pimenta Bueno expõem em Porto Velho

Ana Aranda - Dois artistas que atualmente expõe seus trabalhos e se oferecem para ensinar o beabá do artesanato em cerâmica na Casa de Cultura Ivan Marrocos, Raimundo Ramos Soares e Elenilda Gomes, na exposição/oficina ‘Magia do Barro’, sobrevivem como ceramistas há anos e estão empenhados em alavancar o setor. A exposição ora em andamento na Capital é mais um capítulo desta luta.

Ramos e Elenilda hoje vivem em Pimenta Bueno, mas já passaram por Porto Velho. Ramos trabalhou durante anos em um forno à lenha instalado em um terreno amplo de uma rua pacata em Candeias do Jamari, onde produzia vasos e outros utensílios comercializados na Capital. Elenilda também é artesã da cerâmica, mas trabalha com modelagem de peças decorativas.

Em Pimenta Bueno, os ceramistas contam com uma cerâmica de boa qualidade. O município produz uma grande quantidade de telhas e tijolos e os artesãos também querem ampliar o seu espaço de trabalho.

Elenilda trabalha junto com duas filhas na fabricação das peças, que herdaram o ofício da mãe, e aposta no potencial da natureza, que em Rondônia é pródiga em argila de qualidade, encontrada, segundo a artista, em praticamente todo o Estado. Ela conta que ministrou oficinas sobre o assunto em 20 municípios e em todos encontrou matéria prima para seus trabalhos.

Com a experiência aprendeu muito sobre a argila e quer passar adiante o que aprendeu. A exposição/oficina apresentada na Casa de Cultura Ivan Marrocos é uma etapa do processo de divulgação da cerâmica que ela está fazendo juntamente com o Ramos. A idéia é difundir a técnica e conquistar novos adeptos para o artesanato de cerâmica. “Precisamos fortalecer o setor com um maior número de adeptos. Com isso, poderemos organizar o setor, para a difusão de técnicas e a troca de experiências. Atualmente, a gente trabalha de forma individual”, explica Ramos. Tanto ele como Elenilda são auto-didatas e sentem falta de um grupo maior, para a troca de experiência.

Entre os trabalhos de Elenilda, uma instalação mostra o resultado das pesquisas da artista. Com resíduo de uma cerâmica industrial, ela consegue um efeito inusitado no trabalho, que tem também uma pequena planta viva e figuras modeladas no barro. A obra mostra um pouco da experiência da artista, que cobra oportunidades para ensinar o que aprendeu.

Apoio

Elenilda considera que o fortalecimento da cerâmica artesanal depende do apoio do poder púbico para a geração de emprego e renda. Mercado para as peças não falta, afirma.

Em Pimenta Bueno, Ramos e Elenilda trabalham com matéria prima fornecida pela Cerâmica Rondônia, que também cede espaço para a queima das peças nos fornos da empresa. Ela também conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio (Sitracom), presidida por Francisco Lima, que viabiliza recursos provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para a realização de oficinas de cerâmica. Em Porto Velho, eles foram acolhidos pela Secretaria Estadual de Cultura, que cedeu espaço na Ivan Marrocos para a exposição/oficina, que será estendida até a próxima sexta-feira (8). Os dois estão hospedados na sede da Associação Cuniã, atendendo a um convite feito pelo Cláudio Vrena que abre as portas da entidade para estes e outros artistas. Parte das peças foram transportadas na bagagem do ônibus. “Todo este esforço vale porque estamos divulgando o nosso trabalho e incentivando outras pessoas para esta atividade”, avalia a artesã.

Mão na massa

Nas mesas dispostas no pátio da Ivan Marocos, o barro fica à disposição dos visitantes. No local, eles têm a oportunidade de aprender técnicas sob a orientação de Elenilda e Ramos. A oportunidade já atraiu artistas reconhecidos, como Rita Queiroz, João Zoghbi, Mesias (que convida para uma exposição individual na Ivan Marrocos, com abertura prevista para 7 de agosto) e Geraldo Cruz, que também é diretor da Ivan Marrocos. Mas as pessoas que queiram apenas se divertir um pouco, podem colocar a mão no barro. Visitantes de todas as regiões do Brasil e de municípios do interior do Estado já assinaram o livro de presença. “Todos estão convidados a aprender um pouco sobre a cerâmica e serão bem vindos”, segundo Elenilda.

Fonte: Diário da Amazônia

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