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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O perigo de se votar em candidatos indeferidos pela “Ficha Limpa”

A Lei da “Ficha Limpa” é tão somente um requisito imposto para que os bons nomes permaneçam na política. Por exemplo, quando uma empresa vai contratar uma secretária, há uma série de requisitos que as candidatas a esta vaga têm que preencher como escolaridade e cursos diversos. A “Ficha Limpa” é justamente isto, um “requisito” aprovado em Brasília como condição para o candidato concorrer nas eleições.

O “requisito” é NÃO ter condenação colegiada (por mais de um juiz), o que não foi o caso, por exemplo, do deputado estadual Kaká Mendonça, que tentava disputar reeleição. Ele é acusado de desviar recursos da Assembléia Legislativa, crime descoberto nas investigações que resultaram na Operação Dominó da Polícia Federal, e tem sentença inclusive com condenação de prisão, que neste momento está sob recurso.

Em Pimenta Bueno quase 6 mil eleitores viram seus votos irem pelo ralo depois que os depositaram em nome da ex-candidata a prefeita, Inês Zanol, que na época da eleição enfrentava problemas com a justiça. É do conhecimento de todos que, depois, os votos lhe foram validados, quando a justiça a julgou INOCENTE em muitas questões, mas, já era tarde, ou seja, seus eleitores já tinham passado pelo constrangimento de verem seus votos anulados por um curto período.

Casos como o da ex-prefeita de Rolim de Moura, Mileni Mota e da vereadora Sandra Moraes que não tomou posse em Porto Velho, enfatizam o perigo de se votar em candidatos que enfrentam problemas na justiça, seja pela Lei da “Ficha Limpa”, ou por outros motivos como prestações de contas pendentes e problemas com certidões e documentações em geral, pois os milhares de votos perdidos nesses casos não se recuperam mais.

A TENDÊNCIA, neste momento, é que os nomes indeferidos em Rondônia permaneçam assim em Brasília, depois que os envolvidos recorrerem ao Tribunal Superior Eleitoral – TSE, que deverá acompanhar as decisões do Tribunal Regional Eleitoral – TRE. E no “pacote” estão personalidades da nossa política como Ivo Cassol – tentando o Senado, Expedito Júnior – tentando o governo, Kaká Mendonça – tentando reeleição para deputado estadual, dentre muitos outros como Natan Donadon, Mélki Donadon e Daniela Amorim.

Vale ressaltar que todos os nomes que caíram pela Lei da “Ficha Limpa” em Rondônia, não chegam a 10% do total de candidatos. Logo, os eleitores rondonienses têm a oportunidade de provocarem renovo na Assembléia Legislativa e no Governo estadual, votando apenas em nomes que cumprem os requisitos da “Ficha Limpa”, já que ainda restam em torno de 400 nomes sem o menor envolvimento com as bandalheiras que ouvimos falar e acompanhamos pela Imprensa.

Na minha opinião, já que os nomes envolvidos com “ficha suja” são poucos diante da grande quantidade de candidatos, a Justiça Eleitoral do Brasil tem a oportunidade de mostrar trabalho, e quero acreditar que o fará, analisando os casos e fazendo valer a aplicabilidade da Lei Eleitoral sobre os que trazem consigo as prerrogativas para esta ação justa.

Votar em nomes como os citados há pouco representa, no mínimo, indiferença com o soberano ato da cidadania, principalmente para escolher os representantes que vão nortear decisões que influenciam diretamente na vida do cidadão em setores cruciais à qualidade de vida das pessoas como na educação, na saúde, na infra-estrutura das cidades, na infra-estrutura dos municípios e no desenvolvimento do estado como economia potencialmente viável ao povo que nele trabalha alimentado o sonho da prosperidade.

Especialmente no caso de Pimenta Bueno, já que sou de Pimenta Bueno, e já que o meu jornal eletrônico e o meu blog têm sede nesta cidade, votar em Kaká Mendonça para deputado estadual é o mesmo que atirar o voto ao escuro, porque coisa certa é que mantenha sua candidatura até as últimas conseqüências, e não nos é possível saber, neste instante, até quando poderá se arrastar em Brasília as definições em torno de seu nome, como em torno do nome dos demais envolvidos.

O mais provável é que, mesmo concorrendo e vencendo as eleições – pois está grandemente difundido em toda região pelos serviços prestados às comunidades, não tome posse, justamente por decorrência dos processos que enfrenta na justiça, e ainda mais por não possuir o último requisito exigido pela lei eleitoral, que é o de não ter condenação colegiada, como disse anteriormente.

Pimenta Bueno oferece outras duas opções “ficha limpa” para os eleitores votarem para deputado estadual: Alessandra Vidigal (PT) e Brito do INCRA (PSDC). São nomes novos para a política local e, que a meu ver, merecem uma chance, já que os “macacos velhos” da nossa política mostraram, e muito, para que vieram.

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