Folha de Rondônia - CONFLITO DE INTERESSES - Depois de 10 anos a gestão compartilhada na Caerd chegou ao final. O presidente do Sindicato dos Urbanitários (Sindur), Nailor Gato, explicou que o governador Confúcio Moura (PMDB) não permitiu que os servidores indicassem dois diretores.
"Na realidade nós conversamos com o governador, mas ele acabou indicando o presidente, Castelo Branco. Na conversa com Castelo Branco ele nos informou que Confúcio lhe deu autonomia para escolher os outros diretores. Assim, a gestão compartilhada chega ao fim", disse Nailor Gato.
Ele lembrou que a gestão começou em agosto de 2000, quando o governo do Estado devia seis meses de salário aos servidores, que na época abriram mão de diversos direitos trabalhistas. Administrada pelos próprios servidores, uma empresa praticamente falida conseguiu se recuperar financeiramente.
CAERDOs sindicalistas haviam pedido para indicar por eleição direta o diretor financeiro e o administrativo. Também solicitaram que as funções gratificadas fossem preenchidas por pessoas do quadro próprio.
"Nossa intenção era limitar o número de assessores comissionados, porque senão logo teria muita gente com salário alto e isso comprometeria a receita financeira da empresa", disse Nailor Gato.
Sindur se reuniu com candidatos
O presidente do Sindur, Nailor Gato, explicou que durante a campanha se reuniu com todos os candidatos ao governo, menos com Eduardo Valverde (PT). "Isso porque sabíamos que Valverde, se eleito, manteria a gestão compartilhada na Caerd", detalhou.
Ele explicou que, no primeiro turno, Confúcio foi no Sindur e disse que conversaria sobre a gestão compartilhada. "Voltamos a falar com ele no final de dezembro. Tentamos uma reunião com ele após a eleição, através da irmã dele, a Cira Moura, mas só conseguimos agendar através do prefeito de Machadinho, Marinho da Caerd (PV)", contou.
Durante a reunião ocorrida no final de dezembro, Confúcio disse à direção do Sindur que manteria a gestão compartilhada. Isso acabou não acontecendo.
"Depois disso, Castelo Branco disse que o governador havia lhe dado autonomia para escolher os diretores, o que nos causou surpresa. Agora, entendemos que o governador tem o direito de colocar os diretores que quiser, Mas assim a gestão compartilhada chega ao fim", afirmou.
Servidores não têm mais responsabilidade direta
Neilor Gato disse que até o momento os funcionários da Caerd não têm mais responsabilidade direta sobre a empresa. "Gostaríamos de agradecer o ex-governador José Bianco (DEM), que aceitou a gestão compartilhada, que vinha dando certo até o final de 2010", afirmou.
Ele lembrou que a gestão compartilhada acabou sendo um marco em Rondônia, porque muitas estatais faliram. "Chegamos a abrir mão de horas extras para que a companhia não falisse", adiantou.
Neilor Gato disse esperar que o relacionamento com Castelo Branco seja bom. Hoje os trabalhadores têm apenas um representante indicado: o representante dos trabalhadores no conselho de administração, o secretário geral do Sindur, Francisco Evandro.
"Não tememos pela saúde financeira da Caerd, porque os diretores são capacitados. O que acontece é que agora não temos mais responsabilidade na gestão. Agradecemos também a compreensão do prefeito da Capital, Roberto Sobrinho (PT), que deu à Caerd concessão para atender a comunidade por 30 anos", explicou.
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