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sábado, 11 de julho de 2009

Mensagem de um pai ainda “perdido” às autoridades ligadas à Saúde Municipal de Pimenta Bueno

Arnaldo B. T. Martins

O que vão dizer agora da pequena Izabela Amábile, minha filhinha de 7 anos que faleceu no último dia 26 de maio com suspeita de meningite dentro de uma ambulância a caminho de Porto Velho na tentativa de fazer um exame, depois de ter padecido ao lado da mãe e ao meu lado por não menos que 30 horas e 50 minutos dentro do Hospital Ana Neta, em Pimenta Bueno, e noutro hospital em Cacoal? Qualquer coisa. Agora podem dizer qualquer coisa, porque ela já se foi sem que um exame fosse feito a tempo.

Mas isso não importa mais, o que importa é que daqui para frente as pessoas com os sintomas da meningite têm que ser atendidas em tempo hábil, como aconteceu depois com uma jovem, que segundo matéria postada no site do meu colega Omégeni Ramos, o Correio Pimentense, chegou a tempo de fazer o exame em Porto Velho que, graças a Deus, deu negativo.

Que o exame da Izabela desse negativo e que ela morresse do mesmo jeito, como aconteceu, se essa era a vontade do Pai Celestial, mas que, também, ficássemos aqui sabendo que tipo de mau acometeu nossa filha levando-a a óbito. Coisa que jamais saberemos. Agora nós – pais, tanto quanto eles – autoridades, como o Secretário Municipal de Saúde, Eliziário Benevenutti, por exemplo, poderemos dizer qualquer coisa.

É claro que no laudo da médica “faltou consistência de sinais clínicos e exames gerais e específicos para diagnosticar e confirmar o caso de meningite”, como está postado no site do meu amigo e no PBURGENTE, pois fiz questão de repercutir a matéria. Faltou porque o exame não foi feito a tempo. Portanto, faltaram informações em seu laudo sim. Isto é óbvio. Quanto a jovem que se safou da doença, a diferença é que esta foi encaminhada apressadamente para Porto Velho, tendo tempo de realizar o exame apropriado.

Minha filha teve dor de cabeça no dia 25 de maio, uma segunda-feira, às seis horas da manhã, quando foi para o hospital Ana Neta com a mãe, Rafaela Del Negri, minha esposa. A menina padeceu dentro do Ana Neta tomando remédio para dor de cabeça até as 21 horas, quando foi transferida para Cacoal. Às 9 horas da terça-feira, dia 26, foi encaminhada às pressas para Porto Velho. Já estava em coma. Faleceu na BR 364, alguns quilômetros depois de Ariquemes ao meio dia e 50 minutos.

Agora eu deixo a pergunta ao senhor secretário Eliziário Benevenutti, à médica que “cuidou” da nossa filha em Pimenta Bueno, aos que “cuidaram” da nossa filha em Cacoal, e a todos quantos queiram responder: ISTO É ATENDIMENTO EM TEMPO HÁBIL PARA UMA SUSPEITA DE MENINGITE BACTERIANA?

Minha esposa e eu sofremos ao lado da nossa filha por 30 horas e 50 minutos até o seu falecimento, sendo que a meningite bacteriana pode matar dentro de 24 a 48 horas. Em pelo menos 12% dos casos registrados isto é um fato, e minha filha está incluída nesta triste estatística.

SINTOMAS? Ela apresentou quase todos durante as intermináveis horas em que passou mal. Confusão mental, que ocorre em mais de 70% dos casos, e rigidez na nuca, que ocorre em mais de 80% dos casos, estavam presentes. Apenas não apresentou febre, que ocorre em mais de 90% dos casos, mas como cogitou um médico, “nem deu tempo”.

E como disse anteriormente, senhoras e senhores, este não é mais o caso. Se toda pessoa que chegar com suspeita de meningite ao hospital municipal Ana Neta em Pimenta Bueno, for atendida em tempo hábil, como foi a jovem depois da minha filha, vós estais de parabéns, porque é levando a sério as vossas próprias profissões, e tendo “cuidado”, real, com as pessoas, é que vidas terão uma chance a mais de serem salvas.

Felicidades à jovem que não tem meningite, e parabéns às autoridades pimentenses por este atendimento em tempo hábil.

(Sempre em memória de Izabela Amábile, filha querida e amada)

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