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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Essa nostalgia que me faz relembrar a máquina de escrever...

(Imagem meramente ilustrativa encontrada na Internet) - Quando eu era criança (nem faz tanto tempo assim), meu pai disse à minha mãe que me ensinasse a datilografar em sua máquina de escrever. Era o máximo! Enquanto os colegas da escola tinham que pagar altas fortunas para aprender datilografia numa escola em frente a nossa escola, eu aprendia em casa. Ninguém sabia que eu sabia datilografar, mas eu sabia. Era um grande feito para um garoto do primário: saber datilografar.

Depois que deixei de estudar para beber vodka na beira do rio Melgaço, enquanto matava aulas na 6ª série, afastei-me do mundo da escola e nunca mais quis saber de datilografia. Contudo. Contudo, depois de barbado, caí de um andaime e os tijolos e caixa de maça de cimento caíram todos em cima de mim. Foi um caos. Eu estava trabalhando na construção de uma escola de Informática. Foi aí, depois de adulto, que confidenciei ao meu amigo de adolescência, Evandro Aparecido, dono da escola de Informática, sobre a minha necessidade pessoal de largar a vida de pião-bóia-fria para aprender Informática.

Não é que os ensinamentos de mamãe na máquina de escrever surtiram efeito no curso de digitação, que no fim é tudo a mesma coisa. E depois de alguns meses deixei de ser construtor de obras para gerenciar a escola de informática; e depois passei a integrar a equipe de um dos principais jornais da minha cidade na época. E depois lancei um livro de Poemas; depois montei meu próprio Jornal. Depois desisti do próprio jornal e fui trabalhar para outro jornal. E por fim, pulando de jornal em jornal, de redação em redação, de revista em revista, de norte para o sul e vice-versa, cheguei ao blog. Aleluia!

Rapaz! Quanta diferença da maquininha de escreve Olivetti que, aliás, está em casa até hoje (não gosto de me referir ao tempo como uma situação distante, porque parece que estou velho). Até porque, todo Escritor, que se preze, ainda neste início de Século XXI, pelo menos, tem que ter uma máquina de escrever, nem que seja uma Olivetti.

Escrevo no meu blog hoje como no tempo em que eu era garçom em Nova Londrina, minha terra natal no Paraná, e escrevia em guardanapos de balcão. As moças ficavam maluquinhas e gostavam de me ver declamando Poemas. As senhoras cochichavam dizendo que eu era um talento a ser motivado. Os empresários diziam que eu tinha que ter uma oportunidade, embora nenhum deles me oferecesse uma que fosse suficiente para o que eu queria. Mas não tem problema. A nostalgia dessas boas lembranças me faz escrever textos necessários à minha promissora carreira de Escritor, Colunista, Jornalista, Poeta, Compositor, qualquer coisa relacionada às letras.

Essa nostalgia que me faz relembrar a máquina de escrever produz os textos que enchem minha barriga, sustenta meus filhos e esposa, deixa três meses de aluguel atrasados e luz cortada. No meio da insatisfação da condição dessa minha existência, sou tão esperto que tenho inspiração pra escrever Crônica. Bem assim é a vida!!!

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