Mais da metade dos deputados de Rondônia tem problemas na Justiça

Deputado de Pimenta Bueno entre os condenados em primeiro grau.

Tudo Rondônia - A aprovação da lei que impede a candidatura de pessoas que buscam nos mandatos eletivos uma forma de enriquecimento ilícito ou ainda ganhar imunidade contra processos judiciais, Lei conhecida como Ficha Limpa, avivou a importância de se conhecer o passado dos políticos.

Rondônia é um estado novo, criado em 1982, mas carrega em sua curta história escândalos jamais vistos em outras regiões do País. Por aqui um senador da República foi assassinado e o crime nunca foi esclarecido; dinheiro do legislativo foi parar em empresas privadas, deputados foram gravados pedindo propina ao governador; vereadores também acabaram filmados recebendo propina, e , para coroar, o presidente do Tribunal de Justiça, da Assembléia Legislativa e outras autoridades terminaram presas em um escândalo sem precedentes na história do Brasil.

Mesmo assim, o eleitorado rondoniense ainda “perdoou” alguns dos envolvidos nestes escândalos e eles retornaram ao Legislativo. Com a aprovação da lei pelo Senado na última quarta-feira (19) e sua posterior sanção presidencial, 58 por cento dos deputados rondonienses estarão fora das eleições já a partir de 2010, a persistir o entendimento do Conselho Federal da OAB e do próprio relator da lei no Senado, Demóstenes Torres, sobre a data em que começará a valer a medida.

Alguns parlamentares rondonienses já têm condenações por colegiados (grupo de magistrados) e os processos estão em grau de recurso. O impedimento dessas pessoas de disputar as eleições neste ano vai depender do entendimento do Tribunal Superior Eleitoral e até do Supremo Tribunal Federal.

Mas quem também pode excluir essas pessoas da vida pública é o próprio eleitor, e por isso o TUDORONDONIA passou a divulgar os processos e condenações dos políticos rondonienses. Condenados em primeiro grau estão os deputados Silvernani Santos, Miguel Sena, Edson Martins e Kaká Mendonça.

Maurão de Carvalho e Neodi Carlos são réus, mas seus processos ainda não foram julgados.

Daniela Amorim, Marcos Donadon, Amauri dos Santos estão condenados pelo Tribunal de Justiça de Rondônia, portanto, a prevalecer o entendimento de Demóstenes e da OAB, estariam fora do pleito eleitoral deste ano.

Sem condenações, mas na iminência de serem julgados por colegiado, estão Doutor Alexandre, Ezequiel Neiva, Jair Miotto, Maurão de Carvalho, Neodi, Tiziu Jidalias e Neri Firigolo.

Além desses que estão ocupando cargo, outros enrolados com a justiça tentam voltar para a vida pública, como a ex-prefeita de Cacoal, Sueli Aragão, condenada por crime de improbidade; e a ex-prefeita de Rolim de Moura, Mileni Motta, que também está com problemas na justiça. Ambas são pré-candidatas ao cargo de deputado estadual.

Também com problemas na justiça está o pré-candidatos ao Senado Ivo Cassol, que está com pela menos uma ação de improbidade administrativa em fase de conclusão no Superior Tribunal de Justiça. Tiziu Jidalias, outro pré-candidato ao Senado , responde por crime eleitoral.

Em fase de instrução processual está o caso envolvendo o ex-deputado federal Nilton Capixaba, que ficou nacionalmente conhecido por seu envolvimento na chamada “Máfia das Ambulâncias”. O pré-candidato ao Senado, ex-deputado federal Agnaldo Muniz, também havia sido denunciado no mesmo processo.

Com problemas na justiça estão ainda os deputados federais Ernandes Amorim, Natan Donadon, Lindomar Garçon, os dois primeiros com condenações em segundo grau (colegiado) e o último ainda em fase de recurso.

No Senado, Valdir Raupp (PMDB) tem contra ele no Supremo Tribunal Federal o pedido de recebimento de uma ação penal que ainda não foi apreciado pela Corte.

Tentam voltar para a vida pública os “dominós” Ronilton Capixaba, Amarildo Almeida, Edson Gazoni e Emílio Paulista. O TUDORONDONIA está publicando as fichas de cada um dos políticos com complicações com a justiça em Rondônia.