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sábado, 20 de setembro de 2008

Desmatamento da floresta amazônica: necessidade econômica ou problema cultural?


De Pimenta Bueno (RO)
Nelson Gonçalves Marialva

Há algum tempo, numa carta aberta sobre a devastação da floresta amazônica, os artistas brasileiros fizeram um desabafo: acabamos de comemorar o menor desmatamento da floresta amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados, o que é quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de São Paulo. Em seguida, diz a carta, não há motivo para comemorações.

Segundo denúncias do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) à Imprensa, em 2001 o processo de ocupação da Amazônia já tinha levado à eliminação de mais de 500 mil Km2 de toda a floresta da região, por intermédio do corte e da queima da vegetação. "Isto resultou na liberação do equivalente a 2 a 4% das emissões globais de carbono para a atmosfera, contribuindo para o agravamento do efeito estufa", denunciou o IPAM.

Preocupação - No ano de 2002, a situação se tornou crítica com a identificação de focos de queimadas em áreas de preservação e indígenas, e, quando foi no período de agosto de 2002 a agosto de 2003, o corte da floresta se aproximou do recorde de 29 mil Km2, registrados em 1995.

Posteriormente, em 2006, o governo federal comemorou a queda no nível de destruição da floresta. Segundo as autoridades brasileiras, as queimadas tiveram o menor nível desde 2001. "Entre 1º de janeiro e 3 de novembro de 2006, o número de queimadas na Amazônia Legal, em relação ao mesmo período de 2005, caiu 45,8%", de acordo com informações da Agência Estado para o noticiário da Yahoo Notícias. Mesmo com toda essa queda no nível de queimadas, as pressões de fora em cima do Brasil devem aumentar, porque a área da floresta perdida é muito grande.

No ano de 2004, a mata da região já tinha perdido área do tamanho do Estado de Sergipe e, há pouco, para piorar as coisas, foi descoberta, entre o Estado do Pará e o Maranhão, uma área do tamanho do Estado de São Paulo devastada, segundo denúncias da Imprensa. Além do mais, quem visitar a região noroeste e nordeste do Estado do Pará, principalmente municípios como Paragominas, Goianésia, Jacundá, Marabá e Tailândia e adjacências ficará assustado, porque, à noite, a visibilidade nessa região do Estado do Pará assusta: muita fumaça, devido às queimadas, dando um aspecto meio apocalíptico àquela área.


Causas do desmatamento - Pela Amazônia Ocidental, com o aumento da fronteira agrícola, principalmente no Estado de Rondônia, o desmatamento vai se acelerando e, talvez, porque a rodovia que levará a produção brasileira de grãos a um porto no Pacífico vai se tornando realidade a situação deve ficar crítica. Para a imprensa, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, citou como principal causa do desmatamento o crescimento econômico, mas para o Ibama a causa é outra: falta de conhecimento das leis.

Segundo Kazuhiro Motizuki, do Ibama/Pará, as autorizações de desmatamento emitidas pelo órgão, nos anos 1997, 1998 e 1999, somente no Pará, não atingiram nem 5% de todo o total desmatado da floresta amazônica. De acordo com Kazuhiro Motizuki, no ano de 1998, em toda a Região Amazônica, o Ibama autorizou o desmatamento de 472.343,18 ha, mas a destruição da floresta chegou a 1.738.300 ha. "Em 2003, os campões de desmatamento foram os municípios de São Felix do Xingu e Novo Progresso, pertencentes ao Estado do Pará", disse o servidor, durante entrevista na sede do Ibama, em Belém (PA).

Para Kazuhiro Motizuki, a falta de conhecimento da Lei é o responsável pelo descontrole na derrubada da mata. "No ano de 1997, no Pará, o Ibama só autorizou desmatar 0,41%, ou seja, 1.706,40 ha, mas eliminaram 413.900 há da floresta no Estado", lembrou Kazuhiro Motizuki, observando o quadro comparativo entre as autorizações de desmatamento emitidas pelo Ibama, com as imagens de satélite interpretadas pelo INPE.

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