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terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Certos tipos de pássaros deveriam “cantar” bem longe da gente – mas leia até o final, compassadamente...

Eu estava trabalhando na última segunda-feira à noite. Várias horas em pé com uma filmadora na mão filmando a animação do carnaval de Pimenta Bueno, quando chegou um cidadão, literalmente, me enchendo “os picuá” de asneiras. Onde vamos parar? O cidadão foi candidato a vereador nas eleições de 2004. Não se elegeu. Este ano diz que é candidato a vereador novamente, mas não leva a sério o seu intento.

Estava ele no meio do povo “mais pra lá do que pra cá”. Um bafo de cachaça que, para agüentar, só com máscara anti-gás americana. Eu estava justamente filmando a abordagem dos policiais militares pimentenses a um grupo de jovens que portava uma garrafa de bebida de vidro no meio da avenida. Os policiais estavam passando o conteúdo da garrafa para um copo de plástico, no sentido de coibir o uso de cacos de vidro em eventual desentendimento entre os “ânimos exaltados” do carnaval.

O cara chegou, meteu a mão no meu ombro, já balançou a câmera que estava focada na ação dos policias, me abraçou e começou a despejar uma descarga de meleca. Não se tocou que eu estava concentrado em um serviço, não se tocou que suas asneiras estavam interferindo na minha gravação. Literalmente estragou minha filmagem que não serve mais para nada.

Como um caras desses pode pensar em ser vereador? Não tenho nada contra os edis que gostam de se divertir, desde que o façam com responsabilidade e respeito ao espaço do próximo. Uma pessoa dessas não tem noção do real papel de um representante do Poder Legislativo Municipal, e se chegar a entrar para a Casa de Leis do Município, tem todos os predicativos para ser um câncer na política local, uma autêntica aberração para a Câmara de Vereadores, tendo em vista, em primeiro lugar, sua falta de visão pública e política, levando-se em consideração que não sabe, ao menos, como se portar socialmente em um evento tão simples e popular, o carnaval.

Acredito que deveriam existir regras mínimas para uma pessoa “dizer” que é candidato a vereador, quanto mais para “ser” um candidato, ou pior, um vereador. Pessoas que não entendem de leis se candidatam, vencem e, uma vez com a caneta na mão, não sabem o que fazer, ou o que escrever, com ela. Não sabem que suas ações parlamentares influenciam diretamente na sociedade.

Como um “camarada” desses pode se dar ao luxo de concorrer ao pleito do Poder Legislativo municipal? Ele deu provas de que está totalmente despreparado. Políticos, ou pretensos à política, que gostam de expor suas fraquezas, principalmente alcoólicas, ao público, talvez não sejam dignos de representar a maturidade e a moral que demanda a Política com “P” maiúsculo. Pense em um Promotor de Justiça bêbado na rua e enchendo o saco dos outros; pense em um Juiz de porre atrapalhando o serviço de quem está trabalhando no meio da noite; pense em um Advogado falando asneiras nos ouvidos alheios sem ser requerido para isto. Pois não é um vereador um criador de leis, e portanto diretamente estabelecido em uma linha paralela direta com os profissionais da Justiça que acabei de relatar?

Quem tem que estar atento é o eleitor para a lástima desta triste realidade. O camarada está no meio do povo jogando cocô no ouvido de todo mundo, e o difícil é saber que tem gente que vota numa figura dessas. Pretensos à política ou políticos que gostam de tomar uma latinha de cerveja, que o façam reservadamente com seus amigos e familiares. Que seja em público, mas não ao ponto de ultrapassar seus limites para adentrar fronteiras indesejáveis, como aconteceu comigo ontem à noite, quando meu espaço de trabalho foi “invadido” por uma personagem dessas. Eles têm vida pública e, portanto devem zelar, querendo ou não, por sua imagem, até porque é ela que o povo está observando.

Mas você caro leitor e “eleitor”, que se deu ao trabalho de ler este Artigo até aqui, não sabe o que foi pior. Eu ouvi o seguinte: “Você me ajuda, e depois que eu me eleger, eu te ajudo”. Sinceramente, acho que foram estas palavras que me indignaram ao ponto de escrever este texto. Pelo amor de Deus! Se toca meu irmão!

Em primeiro lugar não estou precisando de “ajuda” no sentido próprio da palavra: preciso de “investimentos” e de empresários que “comprem” meus espaços comerciais a fim de alavancar o meu trabalho. Isto até pode ser caracterizado como ajuda, mas não no sentido da “esmolinha” que o cidadão me propôs. Tenho caminhado até aqui arrastando um tonel de dificuldades, trabalhando com equipamento emprestado, pedindo carona, andando de a pé, usando computador de lan-house, enfrentando o sol do dia a dia numa intensa troca de favores e interesses, para escutar um “papo brabo” desses! Esse além de nunca receber um voto meu nem para presidente de bairro, dificilmente vai conseguir alguma “ajuda” minha que não seja no sentido de contribuir para que ele mude para melhor, através de um texto como este.

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